O tão esperado livro Raja-Yoga de Swami Vivekananda é um verdadeiro clássico da literatura de Yoga e espiritualidade, pois contém várias reflexões e ensinamentos do grande Swami sobre as práticas indicadas no sistema de Yoga de Patañjali. 

Este livro contém várias reflexões de Swami Vivekananda sobre as práticas indicadas no sistema de Yoga de Patañjali, bem como a tradução dos Yoga-Sūtras seguida de comentários. Patañjali não foi, realmente, o fundador ou o criador da raja-yoga, mas compilou as práticas espirituais conhecidas pelos yogis, e estruturou-as em seus Yoga-Sūtras.

“A filosofia da Yoga propõe uma disciplina pela qual as impressões da mente podem primeiro ser superadas, e depois sublimadas; como consequência, possibilita uma completa transformação do caráter. A Yoga concorda com Freud ao afirmar que o consciente é controlado pelo inconsciente, mas insiste no fato de que a mente tem um poder inerente por meio do qual, restringindo a si mesma, pode superar o inconsciente e todas as suas tendências, chegando a uma completa renovação. Assim, a pureza original da mente é restaurada – uma pureza que reflete a suprema pureza e o infinito conhecimento do Ser. Por fim, o Ser (Puruṣha) conhece sua verdadeira natureza – sua completa separação da natureza fenomenal (Prakṛiti) – e alcança a liberdade.” - Swami Prabhavananda, in The Spiritual Heritage of India, cap. 12 - The Yoga System of Patañjali, Vedanta Press, Califórnia

Excertos do livro

Capítulo Dhyana e Samadhi

“O yogi ensina que a própria mente possui um estado mais elevado de existência, além da razão, um estado supraconsciente, e quando a mente alcança esse estado mais elevado, então esse conhecimento além da razão chega à pessoa. Um conhecimento metafísico e transcendente revela-se a essa pessoa.”

“(...) precisamos transcender nossa razão, mas devemos fazê-lo cientificamente, lentamente, pela prática regular, e devemos rejeitar toda superstição. Devemos estudar o estado supraconsciente do mesmo modo que o fazemos em qualquer outra ciência. Sobre a razão devemos construir nossas bases, devemos seguir a razão até onde ela nos levar, e quando ela falhar, a própria razão nos mostrará o caminho para o plano superior.”

“(...) esses três estados – instinto, razão e supraconsciência, ou, os estados inconsciente, consciente e supraconsciente – pertencem a uma e mesma mente. Não há três mentes em um homem, mas um estado mental que evolui para os outros.” “A experiência é o único mestre que temos. Podemos falar e refletir por toda a vida, mas não compreenderemos uma única palavra da verdade até que nós mesmos a tenhamos vivenciado. ”                     

Do capítulo Introdutório

“O homem quer a verdade, quer experienciar a verdade por si mesmo; quando a tiver entendido, realizado, sentido essa verdade no fundo do seu coração, só então, declaram os Vedas, todas as dúvidas se desvanecerão, toda treva será dissipada e tudo que estiver torto será endireitado.” Ó filhos da imortalidade, mesmo vós que habitais as esferas mais elevadas, o caminho foi encontrado: existe uma saída para todas estas trevas, e essa saída é perceber Aquilo que está além de todas as trevas: não há outro caminho. A ciência da raja-yoga propõe-se a apresentar à humanidade um método prático e cientificamente estruturado para se alcançar essa verdade.” “O conhecimento da mente, da natureza interna do homem e do pensamento nunca pode ser obtido sem que antes tenhamos o poder de observar os fatos que estão ocorrendo internamente. (...) A ciência da raja-yoga, em primeiro lugar, propõe-se a nos dar tais meios para a observação dos estados interiores. O instrumento é a própria mente. (...) Existe apenas um método para alcançar esse conhecimento, e ele se chama concentração.”- Raja-Yoga (Swami Vivekananda)