Psicologia Positiva e Terapia do Esquema utilizadas juntas potencializam o nosso trabalho na psicoterapia e favorecem a evolução do paciente em tratamento. São muitas coisas em comum: ambas surgiram na década de 1990, nos Estados Unidos, no auge do movimento cognitivista, e trouxeram o EU para o centro da cena terapêutica. Contrariando a ordem estabelecida pela Psicanálise, que considera o ego secundário, pois o sujeito é resultado de expressões do IDe do Behaviorismo, que valoriza muito mais o ambiente, as duas construções teóricas dão ênfase ao sujeito da ação, apontando para a cura dos aspectos disfuncionais que atrapalham a vida do indivíduo e de quem o cerca. Jeffrey Young, criador da Terapia do Esquema, mescla elementos da Teoria do Apego, Gestalt, Relações Objetais, Construtivismo e Psicanálise e avança na Terapia Cognitivo-Comportamental, valorizando profundamente os aspectos emocionais envolvidos nas marcas indeléveis que o sujeito traz da vida infantil.

A Terapia do Esquema nasceu da intenção de tratar os transtornos de personalidade Borderline e Narcisista, até então considerados difíceis de cuidar com as terapias correntes. Contudo, se descobriu eficaz em amplo aspecto para diversas dificuldades trazidas pelo paciente para o consultório do psicoterapeuta. Mapeia os entraves e tem um valor heurístico por nos fazer entender de onde partem as repetições que se tornam disfuncionais na existência e atuação da pessoa. Enquanto isso, a Psicologia Positiva nos possibilita identificar as potencialidades adormecidas no sujeito que adoece tanto no corpo, quanto na alma. O enfoque positivo do ser aumenta, e muito, as chances de cura das dores do humano. É aí também que as duas ciências se tangenciam, visto que apontam para uma funcionalidade do sujeito travado em sua evolução.

Martin Seligman, fundador da Psicologia Positiva, em 1998, dá o pontapé inicial para a construção de um novo olhar sobre o indivíduo e inclui os aspectos humanos positivos como um dos pilares da Psicologia Positiva, contribuindo para uma possível produção de mudanças sociais positivas por meio do autoconhecimento, reestruturação na forma de como educar adultos e jovens nas instituições de ensino e no âmbito familiar, ressignificando o sentido nos domínios da vida, melhorando a qualidade de vida e instrumentalizando a clínica que envolve a saúde mental.

O Power Questions - Psicologia Positiva e Terapia do Esquema foi elaborado com a intenção de potencializar o trabalho do psicoterapeuta, pois sabemos com a prática clínica que perguntas contundentes podem levar o sujeito a se desconstruir, a se repensar, abrindo o caminho para possibilitar o florescimento. Como uma "drenagem linfática" emocional, o foco em Terapia do Esquema ajuda a desfazer os nós que amarram o sujeito, enquanto a Psicologia Positiva dá contornos ao que a pessoa traz como potência.